Esta revista centraliza suas atenções no papel desempenhado pelas organizações não-governamentais (ONGs), em conjunto com o governo e as empresas, no sentido de estimular o fortalecimento de uma sociedade civil democrática. Nesta revista, chamamos essas organizações de "entidades sem fins lucrativos". Este é o termo mais comum nos Estados Unidos quando se menciona organizações que não fazem parte de nenhum órgão governamental e que não constituem empresas que proporcionam lucro para os seus integrantes. Em outros países essas entidades podem ser conhecidas como organizações não-governamentais, movimentos populares, ou fundações beneficentes. Examinaremos o que as entidades sem fins lucrativos têm em comum; porque elas são consideradas um elemento vital da democracia nos Estados Unidos; e como essas organizações únicas administram sua missão.

As entidades sem fins lucrativos têm sido, durante séculos, uma característica marcante dos Estados Unidos. Mas no passado, elas freqüentemente eram vistas isoladamente, como organizações únicas -- um hospital, uma escola, uma sopa dos pobres.

Um advogado e um cliente conversam na sede da AYUDA, uma organização sem fins lucrativos, baseada na comunidade, que trabalha para resolver questões referentes à imigração e à violência doméstica.

Atualmente essas organizações estão formando uma imagem mais nítida, como um setor coerente e significativo da sociedade. O setor das entidades sem fins lucrativos é formado por um número enorme de organizações. O setor se impôs como um importante prestador de serviços e defensor das causas sociais, transformando as comunidades em lugares melhores para se viver e trabalhar, e valorizando o debate democrático.

O setor das entidades sem fins lucrativos está se beneficiando das lições da administração moderna. Qualquer que seja a principal missão que norteie uma organização, existe, atualmente, uma ênfase maior na eficiência, transparência e colaboração com o governo, o setor empresarial e outras entidades sem fins lucrativos. Esses grupos têm o potencial de atrair e preparar os cidadãos para a criação de soluções inovadoras e a construção das parcerias necessárias para que se obtenham resultados.

Como o administrador da USAID declara no artigo de abertura, nenhuma democracia pode perdurar sem levar em consideração as opiniões tanto da maioria quanto da minoria. Um setor forte, constituído pelas entidades sem fins lucrativos, pode ser a garantia de que todos sejam ouvidos no processo de tomada de decisões, mesmo aqueles que não dispõem de recursos.

A experiência americana sugere que a democracia, e tudo que ela promete aos seus cidadãos, depende das relações produtivas entre todos os setores da sociedades -- entidades sem fins lucrativos, cívicas, governamentais e empresariais -- para tratar dos problemas da nação e garantir o seu crescimento.